Adriano surpreende e joga toda a partida contra o Atlético-PR. Maioria das boas jogadas ofensivas do Fla passaram pelo Imperador
A falta de mobilidade e os quilos a mais são evidentes, mas quem liga para isso? Bem colocado em campo e fazendo “o simples”, Adriano teve uma reestreia de gala pelo Flamengo, neste domingo, na vitória por 2 a 1 sobre o Atlético-PR, pela quarta rodada do Brasileirão. Com participação efetiva em quase todas as jogadas ofensivas da equipe, bons passes e um gol, o Imperador deixou satisfeito os mais de 71 mil torcedores presentes no jogo que marcou seu retorno.
Dono do pontapé inicial da partida, o atacante participou bastante o jogo, geralmente fazendo o pivô para os jogadores de meio-campo e laterais. Aos cinco minutos, ele recebeu no meio e abriu a jogada na direita para Léo Moura. Dois minutos depois, a primeira conclusão: Juan avançou pela e cruzou no primeiro pau. Emerson deixou a bola passar e no susto Adriano escorou de barriga para fora.
Aos oito novamente ele dominou com simplicidade e serviu Léo Moura. Na sequencia Willians foi a linha de fundo e levantou a bola na área. O Imperador subiu mais do que a zaga e cabeceou para o chão. Vinícius fez grande defesa e impediu o gol. Paradão no ataque, Adriano prendia a defesa do Furacão, e Antônio Carlos e Rodolfo revezavam na marcação.
Mesmo abaixo dos companheiros fisicamente, Adriano não se privou também de ajudar na marcação. Aos 11 roubou bola de Raphael Miranda e tocou para Emerson. Dois minutos depois um susto. Ele foi desarmado por Rafael Moura, que invadiu a área e chutou fraco para a defesa de Bruno.
O entrosamento com os laterais seguia dando certo. Aos 14 ele tocou para Juan e se mandou para a área. O lateral trocou passes no meio-campo, recebeu na ponta e fez o cruzamento. Antonio Carlos, apavorado com a presença do Imperador, tentou cortar e jogou contra o patrimônio: gol do Flamengo.
Aos 17, Adriano tentou passe para Emerson nas costas da zaga, mas errou na força. A essa altura o atacante já dava sinais de cansaço e limitava sua área de atuação ao campo ofensivo. Na mesma faixa do campo, ele trocou passes com Emerson e Ibson aos 24, e dois minutos depois serviu Toró com um toque de primeira. O volante chutou forte e Vinícius fez boa defesa.
Após dez minutos sumido, Adriano reapareceu aos 34, quando tentou jogada individual pela esquerda e cruzou no primeiro pau. O goleiro do Furacão botou a bola para escanteio. Na cobrança, o Imperador trombou com o camisa 1 rival, levou a melhor, mas Leonardo Gaciba assinalou a falta. Aos 36 um passe curto errado para Kleberson deixou claro o cansaço, assim como o cochilo aos 41 que fez Rafael Moura roubar a bola e receber a falta.
Aos 44, porém, o gás final na primeira etapa. Adriano desobedeceu a recomendação de não tentar jogadas individuais e partiu para cima de Rodolfo. Deu certo e o Imperador só foi parado com um puxão, que resultou em cartão amarelo para o zagueiro.
- Estou muito animado. Dá para jogar mais uns 20 minutinhos – disse na saída para o intervalo.
E que animação! Aos 44 segundos do segundo tempo o Imperador fez o que os atacantes rubro-negros vinham tendo muita dificuldade para fazer: gol! Bem colocado na grande área, ele se livrou da marcação e escorou de cabeça cruzamento de Léo Moura. Foi a senha para a segunda parte da festa. O placar do Maracanã avisou: “O Imperador voltou!” e a torcida entoou em alto e bom som: “Favela, é festa na favela”.
O gol fez Adriano deixar de lado até o cansaço. No pique, ele voltou para ajudar a defesa e aos dois minutos levantou novamente a galera, dessa vez desarmando um adversário com um carrinho. Aos nove, um passe de calcanhar deixou Emerson em boa condição para marcar, mas o camisa 11 demorou para concluir e foi desarmado. Dois minutos depois, mais um presente para o Sheik: cruzamento no segundo pau, que terminou com cabeçada para fora.
Os “20 minutinhos” já haviam passado e o Imperador seguia em campo quando o Furacão diminuiu com Rafael Moura de pênalti, aos 24. E foi justamente pelos pés de Adriano que o Flamengo saiu do sufoco. Aos 26 e aos 28 ele organizou contra-ataques desperdiçados por Emerson e Juan.
Fazendo valer o porte físico, o atacante foi importante também segurando a bola no ataque. Sem o mesmo fôlego dos companheiros, Adriano trocava passes curtos e desafogava a defesa. A última jogada aconteceu aos 44, quando preparou para soltar a esquerda duas vezes na pequena área, após passe de Ibson, mas não teve espaço para concluir. Mesmo assim, o chute forte de canhota não fez falta, a torcida deixou o estádio me festa, a festa na favela.
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