Aeronáutica localiza mais destroços de avião e óleo no Atlântico

O Comando da Aeronáutica informou na manhã desta quarta-feira que foram localizados mais destroços na área de buscas ao Airbus da Air France que fazia o voo 447 e desapareceu no Atlântico no último domingo (31), quando seguia do Rio para Paris.

Entre os objetos localizados está uma peça de 7 metros de diâmetro. Não há, no entanto, confirmação de qual seria a peça. O encontro dos objetos foi considerado importante pelo coronel Jorge Amaral, subchefe de comunicação da FAB (Força Aérea Brasileira).

"Pode ser uma lateral, pedaço de asa, fuselagem ou pedaço da cauda, porém um pedaço de sete metros é considerável", afirmou Amaral.

As peças serão analisadas em busca de um código de série para saber se são do Airbus que fazia o voo AF 447 com 228 pessoas a bordo --216 passageiros e 12 tripulantes. Entre os ocupantes do voo desaparecido estão 58 brasileiros, de acordo com a companhia aérea.

Esta é a segunda vez que as equipes encontram destroços. Nesta terça-feira foram localizados poltrona, boia de cor laranja, tambor, querosene e óleo. Ontem, as peças foram avistadas em coordenadas geográficas que foram marcadas e indicaram que elas estavam a 650 km do arquipélago de Fernando de Noronha.

As peças encontradas hoje foram localizadas pelo avião-radar R-99, a 90 km a sul do ponto onde os objetos foram encontrados ontem . Nos dois casos as peças ainda não foram retiradas e isso só será feito por navios da Marinha. Um deles, o Grajaú, deve chegar ainda hoje a região.

Nesta quarta-feira, os objetos foram avistados hoje por volta das 3h40. A análise feita pela aeronave apontou que foram identificados mais quatro pontos contendo materiais.

No total, 11 aeronaves estão mobilizadas na Base Aérea de Natal e em Fernando de Noronha para o trabalho de busca.

Ainda segundo a FAB, outros cinco aviões militares decolaram de Natal (RN) com destino à área de buscas. Trata-se de três C-130 Hércules da FAB, um P-3 Orion da Força Aérea dos Estados Unidos e um Falcon 50 da França. As aeronaves irão percorrer os pontos identificados pela R-99.

Navios

Paralelo ao trabalho aéreo, a Marinha brasileira deslocou três navios para auxiliar as buscas no local onde foram encontrados os destroços que podem ser do Airbus.

Segundo informações da Marinha, os navios partiram de Natal (RN), Maceió (AL) e Salvador (BA) e devem chegar ao local --a cerca de 1.100 km a nordeste de Natal-- a partir da tarde de hoje.

A primeira embarcação a chegar é a Grajaú. Outra embarcação engajada nas buscas será a fragata Constituição que deve contar com cerca de 200 militares a bordo, além de um helicóptero Lynx. No total, 280 militares participarão das buscas a bordo dos três navios.

Além dos navios oficiais, três navios mercantes estão na região para auxiliar nas buscas.


Divulgação
Imagem divulgada pela Aeronáutica em local de buscas ao Airbus mostra mancha de óleo no Altântico
Imagem divulgada pela Aeronáutica em local de buscas ao Airbus mostra mancha de óleo no Altântico

Voo 447

O Airbus que fazia o voo 447 está desaparecido desde a noite do último domingo (31). Ele decolou do Rio com destino a Paris com 228 pessoas --12 tripulantes e 216 passageiros de 32 países, entre eles 58 brasileiros, segundo a empresa aérea.

O avião decolou por volta das 19h do aeroporto Tom Jobim, no Rio, com destino a Paris e fez o último contato com o comando aéreo brasileiro por volta das 22h30 de domingo.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou ontem que o Airbus da Air France caiu a aproximadamente 400 milhas (740 km aproximadamente) do arquipélago de Fernando de Noronha (PE)

Jobim afirmou ontem que as buscas devem se concentrar sobre a caixa-preta, que pode estar situada em uma "profundidade que varia entre 2.000 e 3.000 metros" no oceano Atlântico. "A caixa-preta não boia. Teremos que fazer a busca. Estando em grande profundidade, haverá grande dificuldade para encontrá-la", disse.

Não há hipóteses claras sobre o que pode ter derrubado a aeronave, mas já há certeza de que o avião sofreu despressurização e uma pane elétrica, porque a aeronave enviou alerta automático do tipo durante o voo. Sabe-se também que a aeronave enfrentou forte turbulência.