A passeata que seria realizada por funcionários, alunos e professores da USP (Universidade de São Paulo) nesta quarta-feira foi adiada devido ao mau tempo, segundo funcionários. A decisão foi tomada em assembleia realizada hoje. Procurados para comentar o assunto, os estudantes não informaram a causa do cancelamento.
Ambos dizem que o ato foi adiado para a próxima terça-feira, entretanto, ainda não definiram o horário.
Nas reuniões realizadas hoje eles, discutiram o confronto ocorrido ontem (9) entre grevistas e policiais militares dentro do campus.
Veja imagens do confronto entre policiais e estudantes na USP
Os alunos da universidade já haviam se reunido na noite de terça-feira, após o confronto e decidiram realizar a concentração em frente ao prédio da reitoria, por volta das 12h, antes da passeata. Em nota, o DCE (Diretório Central dos Estudantes) afirmou que a passeata iria acontecer como forma de protesto contra a permanência da PM no campus e contra a reitora da USP, Sueli Vilela.
Segundo o diretor do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), Magno de Carvalho, a reitora não tem "condições morais de permanecer no cargo" após os confrontos de ontem em que três pessoas foram detidas, sendo um funcionário, um aluno e o sindicalista Claudionor Brandão --ex-diretor do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), recentemente demitido.
A Adusp (Associação dos Docentes da USP) classificou o cenário de ontem como uma "instalação de verdadeira praça de guerra no campus Butantã" e, por isso, convocou uma nova assembleia geral para a manhã de hoje, no Anfiteatro da Geografia. Até as 9h30, o sindicato ainda não sabia se os professores também sairiam em passeata junto aos alunos e funcionários.
Ao menos um estudante ficou ferido durante o confronto. O jovem, que não teve a identidade revelada, foi atingido por uma bomba de efeito moral e levado ao Hospital Universitário com ferimentos leves.
A Polícia Militar informou, em nota, que vai continuar no campus Butantã da USP até que a situação volte à normalidade. A assessoria da PM informou que não tem conhecimento da passeata e, por isso, ainda não possui um esquema de segurança para acompanhar os manifestantes.
Confronto
O confronto teve início na tarde de terça (9), quando manifestantes teriam atacado os policiais militares com pedras e paus. O sindicato de funcionários, entretanto, nega que os manifestantes tenham iniciado e diz que a PM que deu início à briga ao atirar bombas de efeito moral. Os DCE também afirmou que a manifestação era pacifica.
De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) o portão 1 de acesso à USP --localizada na rua Alvarenga-- chegou a ser bloqueada pelos manifestantes por mais de uma hora. Porém, por volta das 19h a via havia sido liberada, informou o órgão.
Os manifestantes pedem a reabertura das negociações com o Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) e a retirada da PM do campus da USP.
Os grevistas querem reajuste salarial de 16%, mais R$ 200 fixos, além do fim de processos administrativos contra servidores e alunos que participaram de protesto anterior --que resultou em dano ao patrimônio.
As negociações entre o Cruesp e o Fórum das Seis estão paradas desde 25 de maio. Na ocasião, um grupo de estudantes invadiu a reitoria após os reitores impedirem parte dos alunos e um sindicalista de participar da reunião.
Almeida Rocha/Folha Imagem | ||
Policiais militares reprimem manifestação na USP, zona oeste de SP; bombas de efeito moral foram lançadas |
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