O gasto mundial com armamento militar cresceu 4% em 2008 em relação com o ano anterior, atingindo o recorde de US$ 1,46 bilhão (R$ 2,85 bilhões), segundo o informe anual do Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês), divulgado nesta segunda-feira. Os Estados Unidos foram responsáveis por metade do gasto total no ano passado (US$ 600 milhões, ou R$ 1,174 bilhão) e por 58% do crescimento dos gastos na última década.
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Relatório afirma que a China foi o segundo país que mais teve gastos militares no ano passado |
Em segundo lugar aparece a China, com um gasto estimado de US$ 84,9 milhões (R$ 166,2 milhões), seguida pela França, que gastou US$ 65,7 milhões (R$ 128,6 milhões). O Reino Unido teve gastos totais de US$ 65,3 milhões (R$ 127,8 milhões) e a Rússia, US$ 58,6 milhões (R$ 114,7).
Completam a lista dos dez primeiros países que mais gastaram em armamento militar em 2008 a Alemanha, o Japão, a Itália, a Arábia Saudita e a Índia.
De acordo com o informe do Sipri, tanto a China quanto a Rússia triplicaram seus gastos militares na última entre 1999 e 2008.
O instituto destacou também o incremento em países de liderança regional, como a Índia, a Arábia Saudita, Irã, Israel, o Brasil, a Coreia do Sul e a Argélia. Sobre o Brasil, o documento afirma que o país "continua aumentando seus gastos enquanto busca aumentar seu poder e status regionais".
"A ideia de 'guerra contra o terror' animou muitos países a ver seus problemas por meio de uma ótica muito militarizada e a usam para justificar um alto gasto militar", disse o chefe do Projeto de Gastos Militares do Sipri, Sam Perlo-Freeman.
O relatório diz que a situação no Afeganistão pode se agravar e alertou que as expectativas sobre a estratégia do presidente americano, Barack Obama, para a região podem estar muito elevadas. "Infelizmente, o destino do Afeganistão pelos próximos anos ainda parece precisar de equilíbrio. O progresso continuará lento, imperfeito e frágil", diz o texto.
O instituto de pesquisa disse que Obama irá enfrentar dificuldades para retirar as tropas do Iraque, assim como em mudar a maneira como os EUA lidam com a comunidade internacional e em prosseguir com o desarmamento nuclear.
Com Efe, Associated Press e Reuters
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