Lesões e cirurgias moldam o Palmeiras

Com histórico de jogadores operados na temporada, Vanderlei Luxemburgo tem dificuldades na hora da escalação para repor peças
Um atacante que chegou e já foi para a mesa de cirurgia. Um zagueiro/volante que era para ser a referência do time, mas fratura o cotovelo e desfalca a equipe. Um volante que sofre uma luxação na clavícula e tem de parar de jogar. Um atacante tido como opção no elenco, mas que também precisa passar por uma operação por causa de uma fratura no pé direito. Desde o começo do ano, esta tem sido a rotina do Palmeiras. E o destino tem premiado o departamento médico do clube com jogadores lesionados pelo acaso.


O primeiro caso cirúrgico no Palmeiras foi de Marquinhos. Apresentado na pré-temporada em Atibaia, o jogador foi operado logo no dia seguinte para sanar o problema com uma hérnia inguinal que o incomodava desde os tempos de Vitória. O atleta que havia chegado para ser titular levou um mês para ficar à disposição de Vanderlei Luxemburgo.


Depois foi a vez de Edmílson sofrer com o acaso. Na partida contra o Sport, ainda pela fase de grupos da Taça Libertadores, o atleta sofreu uma queda e acabou fraturando o cotovelo direito. Há mais de um mês o zagueiro cuida para poder voltar a jogar e a previsão é de que ele retorne nas semifinais do torneio continental, caso o time avance na competição.


Na sequência dos problemas, Sandro Silva seguiu o caminho dos anteriores e foi para a mesa de cirurgia depois de fraturar a clavícula na vitória palmeirense sobre a LDU. Segundo o jogador, já são 46 dias distantes dos jogos. E mais alguns até a recuperação plena.
A operação da semana foi a do atacante Lenny, que se lesionou sozinho no pé direito, durante um treinamento na última quarta-feira. Como consequência, operação para recuperar o quinto metacarpo e 90 dias longe dos gramados.


- É muito difícil explicar. São coisas que acontecem no futebol. Estou treinando a parte física e logo volto a treinar com bola. Nessa hora, o importante é estar tranquilo para conseguir se recuperar – afirmou Sandro Silva.


E na esteira das lesões, o time oscila em campo. Sem Edmílson, por exemplo, a equipe foi eliminada nas semifinais do Campeonato Paulista pelo Santos e caminha com dificuldades na Taça Libertadores. No Brasileiro é apenas a 11ª colocada, com cinco pontos. Apesar disso, o presidente Luiz Gonzaga Belluzzo rechaça qualquer tipo de ideia de “bruxa solta ou zica” no time. Afirma que a situação é normal, que as lesões nem são tantas. E brinca.


- São poucos os lesionados e os casos são de coisas que acontecem no futebol. Não dá para culpar alguém ou dizer que foi obra do Sobrenatural de Almeida, que eu só vi no gol do Cleiton Xavier, contra o Colo Colo – disse o mandatário, aos risos, mencionando um famoso personagem de Nelson Rodrigues para situações inexplicáveis do futebol.