Aeronave francesa integra buscas a avião da Air France; chuva dificulta trabalhos

Mais uma aeronave francesa integra a partir desta sexta-feira as operações de busca ao Airbus da Air France que fazia o voo 447 que desapareceu no Atlântico no último domingo (31). As condições do tempo na região prejudica os trabalhos. Chove e a visibilidade é baixa.

Em nota divulgada na tarde desta sexta, Aeronáutica e Marinha afirmam que as buscas seguirão a mesma conduta adotada nos dias anteriores. Ou seja, as aeronaves informarão possíveis destroços aos navios da Marinha que estão na região.


Paulo Whitaker/Reuters
Parentes de passageiros do voo 447 desembarcam no Rio após visitar centro de operações para buscas, montado em Recife
Parentes de passageiros do voo 447 desembarcam no Rio após visitar centro de operações para buscas, montado em Recife

Hoje, a aeronave francesa Atlantic Rescue D passou a integrar as equipes de busca --outra aeronave francesa e uma americana também participam das buscas. No total, 12 aeronaves estão mobilizadas na Base Aérea de Natal e em Fernando de Noronha para o trabalho, além dos três navios e um helicóptero da Marinha. Dois outros navios da Marinha estão a caminho.

A Aeronáutica e a Marinha não confirmaram se mais destroços foram avistados ou recolhidos nesta sexta.

O avião desapareceu quando seguia do Rio para Paris com 228 pessoas a bordo --12 tripulantes e 126 passageiros, entre eles 58 brasileiros, de acordo com a companhia aérea.

Destroços

Nesta semana, aviões militares identificaram no Atlântico destroços que seriam do Airbus da Air France. Ontem, a Aeronáutica informou que os primeiros materiais retirados da água não são do avião que fazia o voo 447, assim como uma mancha de óleo avistada no mar. Os outros destroços identificados pelos aviões --e que teriam sido arrastados para outras áreas devido às correntes marítimas-- ainda não foram retirados da água, ou seja, ainda não foram analisados. Nenhuma vítima foi localizada.

Segundo o brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor do Decea (diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo), a possibilidade de encontrar vítimas é cada vez mais remota. Com isso, as equipes passam a priorizar a coleta de destroços.

Na manhã desta sexta, em Recife, ele afirmou que, inicialmente, haviam sido avistados no oceano uma poltrona e outros materiais em uma área de cerca de 3 km de destroços, onde havia fiação e parte interna de aeronave.

O brigadeiro afirmou que muitos dos materiais avistados foram descartados imediatamente como sendo parte do Airbus e que outros só poderão ser confirmados ou descartados após serem recolhidos do oceano.


Olivier Dugornay/AP
Imagem divulgada pela França mostra minissubmarino Nautile, que participará dos trabalhos de busca pelo Airbus
Imagem divulgada pela França mostra minissubmarino Nautile, que participará dos trabalhos de busca pelo Airbus

Parentes

Apesar de a maioria dos materiais avistados não terem sido resgatados e analisados ainda, familiares dos ocupantes do voo 447 se mostraram descontentes com o fato de os objetos retirados ontem da água terem sido descartados como partes do Airbus.

"A gente fica o dia inteiro esperando. Você fica triste porque tem que achar alguma coisa. Ficamos apreensivos porque tem que achar ao menos um pedacinho, por mais micro que seja, de um banco ou qualquer outro", disse o advogado Marco Túlio Moreno Marques --filho de José Gregório Marques e Maria Tereza Gregório Marques, que estavam no avião.

Outro parente de passageiro, Marteen Van Sluijs --irmão de Adriana Francisca Van Sluijs--, criticou a divulgação dos trabalhos de busca.

"Foi um banho de água fria para nós. Como eles podem afirmar que aquele óleo era do avião? Já tinha questionado isso, que remete à ideia de que precipitam demais as conclusões das coisas", disse.

Visita

Na manhã desta sexta, um grupo formado por dez familiares de vítimas do voo 447 estiveram em Recife para conhecer o centro de operações instalado pelas autoridades militares brasileiras em Recife. O grupo retornou ao Rio por volta das 12h.